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A ASPA (Associação para a Defesa, Estudo e Divulgação do Património Cultural e Natural) foi fundada em 1977, em Braga, tendo como área prioritária de intervenção o distrito de Braga e Viana do Castelo. Resultou da CODEP, criada em 1976 para defesa dos vestígios de Bracara Augusta. Como principais acções destaca-se a defesa da cidade romana de Bracara Augusta, a luta pela reintegração do Mosteiro de Tibães no património nacional e pela classificação e salvaguarda do Complexo das Sete Fontes.
INTERVENÇÃO CÍVICA EM DEFESA DO PATRIMÓNIO
segunda-feira, 30 de agosto de 2021
RECOLHIMENTO DAS CONVERTIDAS: quase 10 anos de alertas no sentido da salvaguarda do monumento (2012-2021)
ENTRE ASPAS "Um novo mau vizinho do Recolhimento das Convertidas: um hotel excessivo"
Destacamos alguns parágrafos deste entre aspas:
O Recolhimento das Convertidas, respetiva Cerca e Capela de São Gonçalo é, desde 2012, Monumento de Interesse Público. Tem uma zona especial de proteção (ZEP) que cruza ZEPs de outros monumentos, onde a empresa promotora do hotel prevê construir novos edifícios, contando com o parecer favorável da DRCN, datado de 2018 e confirmado em 2019.
Estranhamos, desde logo, o parecer favorável da DRCN, sem qualquer referência à proximidade do Recolhimento das Convertidas. Também estranhamos muito o facto de o PIP ser aprovado com voto contra do Vereador do Urbanismo e Património.
Em julho contactámos de novo a DRCN, alertando, mais uma vez, que um hotel com edificado de grande volumetria e estacionamento subterrâneo, no espaço adjacente ao monumento barroco e ocupando a respetiva ZEP, iria colocar em risco as Convertidas.
Uma vez que a edificação anunciada pelos promotores pressupõe grande intervenção no solo, colocam-se questões pertinentes: qual o tipo de solo que esperam encontrar? haverá necessidade de fazer detonações, tal como está a acontecer no quarteirão junto à rua de S. Vicente? ou é imprevisível?
Preocupa-nos o perigo a que ficará sujeito o Recolhimento das Convertidas durante a construção do hotel, uma vez que a obra implica intervir no solo, junto ao monumento. Sendo grande a fragilidade das estruturas de madeira, que suportam o monumento barroco, fica em risco a sua salvaguarda, segurança, integridade e monumentalidade.
Saliente-se ainda a importância particular da sua cerca traseira com um muro conventual que dá para a rua de São Gonçalo, e que é um espaço integrado de todo o conjunto patrimonial. Surpreendeu-nos que, no espaço da Cerca, o projeto referisse "possível ligação ao Recolhimento das Convertidas".
Por que razão, entre 2019 e 2021, há total silêncio sobre este assunto? A ASPA insistiu, várias vezes, junto de várias entidades, no sentido da clarificação deste assunto.
Esperamos, da parte do Ministério da Administração Interna (proprietário do monumento), da Câmara Municipal de Braga e CIM Cávado, bem como da Direção Regional de Cultura Norte, uma ação conjunta de modo a evitar a perda do monumento barroco e respetiva cerca.