Num dia em que, por coincidência, a temperatura foi superior a 30ºC, em Braga, o texto publicado na coluna Entre Aspas, de Miguel de Maria Brito (Arqº Paisagista) e Isabel de Maria Brandão (Engª Agrónoma), é um alerta para a importância de as cidades se prepararem para fenómenos climáticos extremos.
Importa perceber as razões pelas quais existem Estratégias Municipais Municipais de Adaptação às Alterações Climáticas e por que motivo é urgente passar à prática, adotando medidas articuladas em cada território concelhio:
"Em consequência das atuais manifestações de alterações climáticas, os principais fatores de risco nas zonas urbanas são, entre outros, o calor excessivo e a modificação dos padrões de precipitação. Ao aumento da temperatura global, acresce o aumento da temperatura em consequência da urbanização (efeito de ilha de calor urbano). Este calor será tanto menor quanto maior for a área de espaços verdes e menor a densidade de construção, uma vez que é causado, principalmente, pela cobertura do solo com materiais impermeáveis e absorventes de calor, como a pedra, o cimento e o asfalto. A previsão de diminuição da precipitação total, comum aos países do sul da Europa, representa uma preocupação a nível da garantia do abastecimento de água de boa qualidade e pode ter consequências na saúde das pessoas, na preservação dos ecossistemas e biodiversidade e, naturalmente, na economia."
Miguel Maria Brito e Isabel Mourão, são autores do Manual de Boas Práticas-Desenho e Gestão de Espaços Verdes em cenário de Alterações Climáticas, Editado pela Empresa Municipal de Ambiente de Cascais e disponível on-line. Neste manual é apresentada a evolução do clima em Portugal, causas e efeitos da emissão de gases de efeito de estufa, causas e consequências das alterações climáticas e seu impacte nas cidades (calor excessivo, modificações do regime de vento, dos padrões de precipitação, etc.), contributo dos espaços verdes urbanos para a adaptação às alterações climáticas (serviços do ecossistema e seus indicadores), diversidade de espaços verdes na cidade (jardins, ruas verdes, paredes verdes, coberturas verdes, corredor verde ribeirinho, hortas, parques de estacionamento material permeável, espaços de enquadramento, etc.) e recomendações para a sustentabilidade dos espaços verdes face às alterações climáticas.
Planeamento, desenho, implementação e gestão de espaços verdes urbanos, são assumidos como parte da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas (EMAAC).
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