INTERVENÇÃO CÍVICA EM DEFESA DO PATRIMÓNIO

A ASPA criou este blogue em 2012, quando comemorou 35 anos de intervenção cívica.
Em janeiro de 2023 comemorou 46 anos de intervenção.
Numa cidade em que as intervenções livres dos cidadãos foram, durante anos, ignoradas, hostilizadas ou mesmo reprimidas, a ASPA, contra ventos e marés, sempre demonstrou, no terreno, que é verdadeiramente uma instituição de utilidade pública.
Numa época em que poucos perseguem utopias, não queremos descrer da presente e desistir do futuro, porque acreditamos que a cidade ideal, "sem muros nem ameias", ainda é possível.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

ENTRE ASPAS - "Reabilitação de edifícios históricos em Braga"

As praças, ruas e o edificado do Centro Histórico de Braga constituem um valioso legado que é necessário proteger.
Braga só será capaz de igualar-se a cidades vizinhas que, desde há anos perceberam a importância da salvaguarda do património para  o desenvolvimento local, se projetistas, proprietários, promotores imobiliários, técnicos da autarquia e responsáveis políticos, abraçarem como causa comum a valorização do edificado.
É esse o desafio que, em conjunto, terão de vencer.

Devemos ter presente que:
  • A demolição implica destruição de património e empobrece as cidades.
  • A reabilitação conserva o que existe, integra o passado no presente, valoriza  as cidades. É um atrativo para quem nos visita.

Diário do Minho - 30 de maio de 2016
Rua Dom Frei Caetano Brandão
Rua de S. Vicente
O património de Braga não se limita ao subsolo, embora na Rua Dom Frei Caetano Brandão e Rua de S. Vicente se justifiquem intervenções arqueológicas aprofundadas. Estas casas possuem um expressivo valora arquitectónico, que não se limita à fachada, sendo igualmente constituído por interiores de grande interesse patrimonial e estético que é necessário proteger e valorizar.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

ENCONTRO DE ASSOCIAÇÕES DE DEFESA E DIVULGAÇÃO DO PATRIMÓNIO

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Sábado, dia 28 de maio, vai realizar-se um Encontro de Associações de Defesa e Divulgação do Património. Iniciativa da CMB (Pelouro do Património/Gabinete de Arqueologia).
Às 9h30, na Fonte do Ídolo.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

RUA DE S. VICENTE - zona de grande sensibilidade patrimonial (2)

Não haverá dúvidas, com certeza, que a Rua de S. Vicente é uma zona de grande sensibilidade patrimonial.  Porém, o que temos observado no terreno, desde 2012, não evidencia especial atenção em relação a esta zona da cidade.
A ASPA tem recebido imagens do interior de casas desta rua que demonstram a existência de vários testemunhos da arquitetura e de elementos decorativos originais: painéis de azulejos, tetos trabalhados, escadarias em madeira e granito, clarabóias, portadas, batentes e gradeamentos de varandas em ferro, etc. Este tipo de arquitetura, o modo como se concebiam os espaços interiores, em que a estética e o conforto deviam marcar presença, deve ser preservado e integrado na intervenção a realizar.
Conservar para as gerações vindouras estes espaços privados, e os sinais das vivências  quotidianas, que testemunham a importância que Braga teve no passado, é uma obrigação da geração presente e, em especial, de quem tem responsabilidades ao nível da salvaguarda do património. É esse o futuro que desejamos para Braga.
Há anos que outras cidades perto de nós  perceberam a importância da reabilitação de edifícios e lançaram políticas que têm em vista a sua salvaguarda e valorização. Cedo perceberam que a demolição do interior NÃO É A SOLUÇÃO quando existem marcas singulares e evidentes no interior das casas. Os testemunhos da arquitetura original, devidamente conservados numa obra de reabilitação, irão valorizar o edifício, a rua e o Centro Histórico de Braga. 
Quando terá Braga um Regulamento de Salvaguarda do Centro Histórico que evite mais demolição/destruição de legado do passado, mesmo que doméstico? 

1. No final de 2015 fomos informados da demolição de duas casas nesta rua, em que se verificou, pelo menos, a perda de um painel de azulejos da entrada. De imediato questionámos a CMB e divulgámos, através deste blogue, o resultado dessas diligências. 
Em final de abril fomos novamente surpreendidos com imagens que nos foram enviadas, desta vez pelo facto de os azulejos da fachada, até então mantidos, terem sido retirados. Abandonados no chão, visíveis através da proteção da obra, conforme demonstram as imagens! 
Questionámos novamente a CMB (Gabinete do Centro Histórico). Fomos informados que os azulejos serão repostos depois de restaurados. Mas, efetivamente, a obra não contemplou a aplicação dos azulejos originais!
                                                                                                                   
2. Junto à Igreja de S. Vicente surpreende-nos que o nº 161 anuncie a venda de T1, T2 e T3, já com projeto aprovado. Estará prevista a integração de testemunhos da arquitetura original, nomeadamente a escadaria em granito existente na entrada e nas traseiras, piso em lajes de granito, painéis de azulejos, tetos, pintura interior, etc.? 
              
3. Temos recebido outras imagens que mostram mais testemunhos da arquitetura original escondidos no interior de casas desta rua. 
Uma dessas casas foi anunciada para venda, divulgando as pré-existências. Conservou até aos nossos dias painéis de azulejo, mosaico hidráulico, pinturas interiores, escadaria e tetos de madeira. No exterior, os azulejo da fachada e gradeamentos de varandas e da porta de entrada.
Nesta casa esperamos que esteja prevista a reabilitação com salvaguarda destes sinais, certamente pensados por quem projetou a casa.  Ansiámos que seja um exemplo de reabilitação urbana que a dignifique, bem como à rua e ao Centro Histórico de Braga.
                                                                                                                 A Convenção de Braga para a Salvaguarda do Património Cultural, assinada em 18 de maio de 2016, integra um conjunto de recomendações assumidas pelos Municípios com Centro Histórico, "com base em quatro pilares fundamentais: a educação pela preservação patrimonial; a arquitetura e o urbanismo, a reabilitação de interiores e o estudo e conservação de vestígios artísticos e arqueológicos, a qualificação do ambiente e a gestão sustentável do espaço público; e a participação cívica e a cooperação institucional no âmbito da reabilitação urbana."
Espera-se que a Convenção seja operacionalizada em boas práticas: da parte dos proprietários, projetistas, promotores imobiliários, técnicos da autarquia, responsáveis políticos, instituições a quem compete zelar pelo património e associações.
Espera-se, também, que a demolição seja uma exceção em Braga, só aplicável quando o estudo técnico, devidamente fundamentado por equipa multidisciplinar, o justifique. 

segunda-feira, 16 de maio de 2016

ENTRE ASPAS - "Antiguidade Tardia (sécs. VI e VII)"

Neste texto, da série "Aprender História Descobrindo a Cidade", Francisco Sande Lemos situa-nos no séc. VI e VII. 
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Para saber mais:
(2004) – Bracara Augusta no Baixo Império e na Antiguidade Tardia. Uma primeira interpretação, Forum, 34, Braga, pp. 91-140.

(2010) – Fontes, Luís; Manuela Martins; Maria do Carmo Ribeiro; Helena Paula Carvalho, A CIDADE DE BRAGA E O SEU TERRITÓRIO NOS SÉCULOS V e VII, in ESPACIOS URBANOS EN EL OCCIDENTE MEDITERRANEO (5. VI - VIII) / 255 – 262. Toledo. 

sábado, 7 de maio de 2016

REPOSITÓRIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO - uma ideia da APRUPP a que Braga pode aderir





Com o REPOSITÓRIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO,  a APRUPP (Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Proteção do Património) pretende criar uma Rede de Reutilização de Materiais de Construção provenientes de obras de demolição, com potencial de reutilização e catalogação on-line. 
Tem como objetivo promover boas práticas de reabilitação urbana sustentável, envolvendo técnicos, municípios e a comunidade em geral na mesma missão.

Em Braga, a demolição de edifícios centenários tem implicado a perda de painéis de azulejos, pisos de mosaico hidráulico, escadarias e portadas em madeiras nobres, claraboias, etc. Apesar de Braga ter aderido ao projeto SOS Azulejo!

As boas práticas em matéria de reabilitação de edifícios apontam no sentido da identificação prévia de pré-existências e sua integração no projeto. E de guarda de materiais sobrantes que podem ser reutilizados em outras obras de reabilitação onde peças iguais estejam demasiado degradadas ou não existam em número suficiente. Guarda que poderá ser assumida pelo município como contributo para uma reabilitação urbana sustentável.
É essa a política de reabilitação de edifícios que desejamos para Braga.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

ENTRE ASPAS "José Moreira (1922-2003): um homem de valores que deu e que se deu mais do que o contrário "


José Moreira foi ilustre editor (nos anos 60 apoiou jovens e então desconhecidos escritores, como Altino do Tojal, José Manuel Mendes e Vergílio Alberto Vieira) e livreiro bracarense (Livraria Editora Pax), oficiante de vastas lides, como o jornalismo (Correio do Minho; Diário do Minho; Notícias do Minho; Minho, semanário, etc.), a literatura (Mínia, de que foi Director; “José Moreira – 1922-2003”, que inclui depoimentos de muitas figuras que com ele conviveram;  e outras publicações) e os múltiplos empenhamentos dados às mais diversas colectividades de Braga (Mocidade Portuguesa; Correio do Minho; Sporting Clube de Braga; ASPA) e movimentos comunitários, como os Focolares.
O Senhor José Moreira foi sempre incansável na publicação dos Entre Aspas, sensibilizando os bracarenses para a defesa do património e denunciando atentados a que todos íamos assistindo
Paços do Concelho de Braga Classificados como Imóvel de Interesse Público - 2000.09.18
“Na cidade sem o meu carro!” – 2001.07.30
"Revisitar a Feira da Província do Minho" - 1937 - 2001.07.02
"Evocando as Festas ao S. João de 1937" - 2001.06.18
"Sobre as Sete Fonte" - 2001.06.18
"O Parque da Ponte: legenda do abandono imerecido” – 2001.11.05
“Sobre  a sala Egípcia do sindicato dos caixeiros” – 2001.05.07
"Uma porta da Muralha "- 2001.12.31
"Contributos para a história da Pax" - 2002.05.06
"A pastelaria e confeitaria Suiça e Portugueza" - 2002.06.17