INTERVENÇÃO CÍVICA EM DEFESA DO PATRIMÓNIO

A ASPA criou este blogue em 2012, quando comemorou 35 anos de intervenção cívica.
Em janeiro de 2023 comemorou 46 anos de intervenção.
Numa cidade em que as intervenções livres dos cidadãos foram, durante anos, ignoradas, hostilizadas ou mesmo reprimidas, a ASPA, contra ventos e marés, sempre demonstrou, no terreno, que é verdadeiramente uma instituição de utilidade pública.
Numa época em que poucos perseguem utopias, não queremos descrer da presente e desistir do futuro, porque acreditamos que a cidade ideal, "sem muros nem ameias", ainda é possível.

segunda-feira, 29 de março de 2021

ENTRE ASPAS:"COMPLEXO DAS SETE FONTES: Uma vitória da cidadania, um bem comum a preservar em Braga"

A ASPA não pode deixar de se congratular com a perspetiva de Braga poder, finalmente, sonhar com o tão desejado Parque Urbano das Sete Fontes e com a garantia de preservação e valorização do conjunto monumental setecentista de abastecimento de água à cidade, bem como do precioso bem que é a Água e os valores arqueológicos e ambientais que caracterizam o espaço do futuro Parque.

Cientes da complexidade do processo e das enormes dificuldades decorrentes da classificação do solo como urbano, com enorme capacidade construtiva conferida pelo PDM de 2001, reconhece-se que só um firme empenho do poder autárquico, suportado pela competência de técnicos capazes e pela persistente luta dos cidadãos pôde fazer vingar o superior interesse público e tornar realidade um anseio de décadas.
EA - COMPLEXO DAS SETE FONTES
Neste texto relembramos momentos relevantes ocorridos desde 1995, data em que a ASPA pediu a classificação do Complexo das Sete Fontes, até 2011, data em que foi classificado como monumento nacional. 
O estudo hidrogeológico realizado pela Universidade do Minho permitiu conhecer a verdadeira extensão da área de adução de água ao  Sistema de Abastecimento de Água à cidade de Braga, no séc. XVIII, conhecido por Sete Fontes. O estudo arqueológico, também realizado pela Universidade do Minho, bem como os vestígios encontrados no decorrer das obras do hospital, demonstraram a importância arqueológica do Vale das Sete Fontes. 
Planta de Zonamento
Estes estudos foram o suporte para a definição dos cerca de 60ha de área verde (30ha na envolvente do sistema hidráulico, como públicos; 30 ha de área verde florestal e agrícola privada). Também permitiram definir os pontos específicos de área urbanizável na bordadura do futuro Parque das Sete Fontes, bem como na restante área abrangida pelo Plano de Urbanização.
Também tem vista reabilitar zonas já construídas na envolvente do Parque, incluídas nos 30ha de urbanização. 

Mais informação da ASPA sobre o assunto:

domingo, 28 de março de 2021

DO PLANO DE URBANIZAÇÃO DAS SETE FONTES ao PARQUE DAS SETE FONTES

O Plano de Urbanização das Sete Fontes foi aprovado por unanimidade, pelo Executivo Municipal de Braga, na passada segunda feira (22 de março). Amanhã é sujeito a votação da Assembleia Municipal, tal como  a necessária alteração ao PDM nesta área.

Viabiliza a salvaguarda e valorização do "Sistema de Abastecimento de Águas à cidade de Braga, no séc. XVIII", o reforço da sua função ecológica e ambiental  e a manutenção e o reforço da atual ocupação florestal, de modo a concretizar o Parque das Sete Fontes.

"Sistema de Abastecimento de Águas à Cidade de Braga, no séc. XVIII, designado por Sete Fontes", é Monumento Nacional desde 2011. A sua salvaguarda e valorização arrasta-se desde março de 1995, data em que a ASPA pediu a classificação do sistema hidráulico e alertou para a importância  do manancial de água que o suporta.  Só 16 anos  depois foi publicado o Decreto nº 16/2011, que o classifica como monumento nacional,  bem como a Portaria nº 576/2011, que define a respetiva ZEP.

De 1995 a 2011, parte da área foi ocupada com urbanizações, pelo hospital e via de acesso. Hoje, a área verde e florestal disponível é bastante inferior.

Em março de 2021, 26 anos após o pedido de classificação, chegamos finalmente a uma nova etapa deste processo: a possibilidade de construção do Parque das Sete Fontes, que os bracarenses aguardam há anos, e que  será, para sempre, uma vitória da CIDADANIA. 

Conheça os documentos finais que irão viabilizar 30ha de área verde pública e 30ha de área florestal e agrícola no Parque Ecomonumental das Sete Fontes.

Plano de Urbanização das Sete Fontes

Relembramos que os 30ha de área verde, que se pretende pública, correspondem à área central que acolhe o abastecimento de água ao sistema hidráulico setecentista e que é bem conhecida por quem visita o monumento; os 30ha de área florestal e agrícola são privados, a montante do Sistema. E os 30ha de urbanização,  fundamentalmente em área já construída que será reformulada,  na ligação a Gualtar e ao Areal de Cima; e, também, nova área de urbanização em pontos específicos da bordadura do parque, conforme se vê na planta de zonamento (exº junto ao Retail Center).

PLANTA DE ZONAMENTO

Uma visita ao monumento nacional permitirá perceber as condicionantes existentes, que resultaram de opções viabilizadas pelo PDM de 2001. 


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O que hoje vemos numa visita ao monumento é mantido como área verde e será valorizado por uma equipa de arquitetos paisagistas liderada por Teresa Andresen. Conheça o futuro Parque das Sete Fontes.

Notícias recentes:


ZEP das Sete Fontes



Não conhece o processo relativo ao Sistema Hidráulico Setecentista e à envolvente? Consulte a informação sobre o monumento nacional disponível no site da DGPC  e, também, o blogue da ASPA.


segunda-feira, 15 de março de 2021

ENTRE ASPAS: ARQUEOLOGIA E CIDADE. TRABALHOS ARQUEOLÓGICOS EM BRAGA. Onde, porquê e como? Quais os resultados?



Sabe-se hoje que, tanto no Centro Histórico de Braga como na área envolvente, há indícios da época calcolítica e da Idade do Bronze. Ao fundar Bracara Augusta o poder romano escolheu um lugar já milenar. Sendo assim é, pois, absolutamente natural e lógico que o subsolo do concelho de Braga seja valioso em património arqueológico. E que obras que revolvem o subsolo colidam com evidências do passado. 

Ora, a Constituição da República Portuguesa obriga o Estado, incluindo as autarquias, a proteger esse património. 



Nem todos os achados justificam a sua preservação. Somente os de maior relevo. Todavia é importante que tudo seja registado de modo rigoroso para que não se perca conhecimento acerca da história da cidade e da zona envolvente. E é desejável que a cidade tenha conhecimento do que se vai descobrindo nas inúmeras intervenções e que seja informada do que se pretende conservar e musealizar. 

 Não seria desejável aplicar, quanto antes, um sistema de informação simples, objectivo e didáctico, que esclareça os bracarenses sobre as condicionantes previstas em cada licenciamento, o andamento dos trabalhos e os resultados finais? E, no caso de descobertas relevantes, dar a conhecer aos cidadãos o desafio que se coloca, as implicações e eventuais alternativas?

CLARO QUE SIM!

segunda-feira, 1 de março de 2021

ENTRE ASPAS : "Estádio 1º de Maio"

Estádio 1º de Maio


Após o acidente ocorrido a 27 de agosto de 2020, de que resultou o derrube do Pórtico, passados que estão seis meses, o Estádio 1º de Maio continua a aguardar urgentes obras de restauro. Além do Pórtico, também os belíssimos painéis de bronze, em alto relevo, que ladeiam a entrada do Estádio, a Porta da Maratona,  se encontram em degradação, revelando abandono, conforme o alerta dado em recente denúncia apresentada por um cidadão.
De que serve o reconhecimento, pelo país, se nem a própria cidade que o possui o honra?
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Relembramos a razão pela qual o Estádio foi classificado, em 2012, como Monumento de Interesse Público, na sequência de um pedido de classificação apresentado pela ASPA em 1998.