- Qual a atenção dada a este assunto, pelos partidos políticos e pela Assembleia Municipal?
- Qual a decisão política do Executivo Municipal?
- Quais as medidas preventivas adotadas no terreno pelos serviços municipais?
A ASPA (Associação para a Defesa, Estudo e Divulgação do Património Cultural e Natural) foi fundada em 1977, em Braga, tendo como área prioritária de intervenção o distrito de Braga e Viana do Castelo. Resultou da CODEP, criada em 1976 para defesa dos vestígios de Bracara Augusta. Como principais acções destaca-se a defesa da cidade romana de Bracara Augusta, a luta pela reintegração do Mosteiro de Tibães no património nacional e pela classificação e salvaguarda do Complexo das Sete Fontes.
INTERVENÇÃO CÍVICA EM DEFESA DO PATRIMÓNIO
quarta-feira, 26 de outubro de 2022
segunda-feira, 17 de outubro de 2022
Será este o modelo a seguir para a "reabilitação" ou"revitalização" dos quarteirões do Centro Histórico da nossa cidade?
O que se passa ali? Esta é a pergunta que muita gente coloca.
Por que razão demoliram a casa do séc. XVIII? Por que razão estão a desfazer blocos de granito até grande profundidade?
O que vão construir? Quem autorizou?
Nesta fase de um processo iniciado em 2019, relativamente ao qual a ASPA se pronunciou em devido tempo junto do Município de Braga, da DRCN e da DGPC, preocupa-nos, em especial:
1. Que a escavação tenha avançado até demasiado próximo do Monumento. A trepidação e vibração terão impacto nas estruturas deste monumento do séc. XVIII? Há a garantia de a obra não "descalçar" o monumento?
2. A destruição integral do edifício do séc. XVIII, em aparente incumprimento do projeto aprovado. Importa relembrar que, depois de demolidas, jamais as estruturas pré-existentes irão ser recuperadas na sua genuinidade.
3. Ocupação excessiva, avulsa, não criteriosa e comprometedora de uma solução de requalificação futura do quarteirão.
4. Desqualificação do conjunto arquitectónico e da frente para a Avenida Central.
- a obra tem em vista a construção do Hotel Plaza Central, projetado por Ferreira de Almeida Arquitetos;
- os requerentes do Pedido de Informação Prévia (PIP) são: António Salvador e Manuel Proença;
- o hotel foi aprovado pelo Executivo Municipal de Braga em 2019, com voto contra do vereador do Urbanismo e Património (Miguel Bandeira) e do vereador da CDU (Carlos Almeida);
- contou com o parecer favorável da DRCN, apesar de ser contíguo a um monumento barroco - o Recolhimento das Convertidas e Capela - e ocupar Zona Especial de Proteção desse monumento;
- o hotel foi aprovado para 110 quartos, 5 pisos e estacionamento subterrâneo, com entrada junto à Capela barroca;
- a área de cedência ao município é um jardim, ao fundo, no interior do quarteirão, sem acessibilidade pelo futuro hotel; o projeto refere "possível ligação à casa das Convertidas", pela Cerca do Recolhimento que, na verdade, é parte integrante do monumento de interesse público, propriedade do Estado.
terça-feira, 11 de outubro de 2022
QUEDA DE RAMO NA RUA PROF MACHADO VILELA...
Tudo indica que as árvores abatidas foram um carvalho-dos-pântanos (cujo ramo caiu sobre os automóveis) e um choupo-branco (ao lado); árvores que foram estudadas e sinalizados para intervenção.
Ampliar fotos: 1ª imagem; 2ª imagem
Destacamos a informação que consta no referido relatório:
1. Carvalho-dos-pântanos (Quercus palustris):
"...tem a copa bastante densa, sendo esse um dos motivos para o crescimento de pernadas codominantes (Arv. 37).
Dada a condição da copa e das pernadas é conveniente proceder a uma Poda de Arejamento.
A poda referida deve ir no sentido de diminuir os esforços de tração na área da inserção. Deve também ser avaliada a necessidade de ancorar as pernadas, pelo sistema cobra ou equivalente (https://www.cobranet.de/), após algum alívio do peso da copa."
2. Choupo-branco (Pupulus alba):
"... sofreu rolagens e como consequência desenvolveram-se cancros em pernadas. Observou-se podridão cúbica castanha sobretudo na sua inserção. Há ramos e pernadas secas e devido ao risco de fratura, recomenda-se uma Poda de Segurança. (Arv 36).
Perante esta ocorrência, cumpre-nos questionar:
1. foram realizadas as podas de arejamento e/ou de segurança indicadas pela equipa da UTAD no relatório que entregaram?
2. foi equacionada a ancoragem das pernadas do carvalho?
3. foi realizada reavaliação do estado biomecânico e/ou fitossanitário de, pelo menos, as árvores assinaladas no relatório?
As intervenções indicadas pela equipa da UTAD são necessárias à saúde e equilíbrio de cada espécie e, como tal, indispensáveis à manutenção do parque verde urbano que, como é sabido, exerce funções ambientais e contribui para a adaptação às alterações climáticas.
Neste contexto, preocupa-nos que esta ocorrência tenha conduzido ao abate de árvores e situação análoga possa ocorrer noutros locais, caso não sejam garantidas medidas preventivas.
Relembramos que foi a ASPA que, desde janeiro de 2019, insistiu com o município no sentido da realização de um estudo fitossanitário e biomecânico de árvores inicialmente previstas para abate e, em boa hora, o município o encomendou à equipa da UTAD liderada pelo Prof Luís Miguel Martins.