INTERVENÇÃO CÍVICA EM DEFESA DO PATRIMÓNIO

A ASPA criou este blogue em 2012, quando comemorou 35 anos de intervenção cívica.
Em janeiro de 2023 comemorou 46 anos de intervenção.
Numa cidade em que as intervenções livres dos cidadãos foram, durante anos, ignoradas, hostilizadas ou mesmo reprimidas, a ASPA, contra ventos e marés, sempre demonstrou, no terreno, que é verdadeiramente uma instituição de utilidade pública.
Numa época em que poucos perseguem utopias, não queremos descrer da presente e desistir do futuro, porque acreditamos que a cidade ideal, "sem muros nem ameias", ainda é possível.

domingo, 30 de julho de 2023

ENTRE ASPAS: "CIDADÃOS EM DEFESA DO MUSEU D. DIOGO DE SOUSA E DO MUSEU DOS BISCAINHOS Quando há erros é preciso corrigi-los!"

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A ASPA teve conhecimento das alterações anunciadas pelo Senhor Ministro da Cultura, relativamente ao modelo de gestão de museus e monumentos, na última semana de junho. 

De seguida auscultou pessoas com responsabilidades nessa área, no sentido de obter informação fidedigna; no dia cinco de julho enviou e-mail, ao Senhor Ministro da Cultura e à Senhora Secretária de Estado, que poderá ser consultado no Entre Aspas, ao lado.


OUTRAS TOMADAS DE POSIÇÃO...

 

1.    A petição “Em Defesa do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa” que, ontem, tinha 1637 subscritores, desde o cidadão comum a  personalidades que se destacam - antigos ministros da cultura (do PSD e do PS), dirigentes de organismos do Estado, professores universitários e artistas – termina com a frase “os signatários entendem que a tutela municipal, recentemente anunciada pelo Ministério da Cultura, não poderá responder ao seu papel regional, de apoio à investigação e de garante de boas práticas no âmbito da Conservação e Restauro que importa prosseguir, apelando a que seja reequacionada esta decisão”.  

2.    A municipalização do Museu D. Diogo de Sousa e do Museu dos Biscainhos foi assunto tratado na reunião de Executivo Municipal, a 24 de julho, havendo unanimidade no sentido de rejeitar a transferência da tutela regional para o município.

  

Os DL 274/XXIII/2023 e DL 275/XXII/2023 foram aprovados em Conselho de Ministros na semana passada.

O primeiro transfere para a tutela do município o Museu D. Diogo de Sousa e o Museu dos Biscainhos (a Casa dos Biscainhos e Jardins têm classificação de âmbito nacional, como Imóvel de Interesse Público)

O segundo transfere para a tutela do município a Capela de S. Frutuoso de Montélios, classificada como Monumento Nacional, que a DRCN considera "um exemplar único da arte romano-bizantina no país e é considerado um dos mais fascinantes monumentos da alta idade medieval da península Ibérica".


Já assinou a Petição? Divulgou-a?

Espera-se que haja um movimento local de apoio à Petição1, assinando-a e divulgando-a junto de amigos e através das redes socais. Para que esta tomada de posição ganhe VOZ junto do Governo.

1 https://peticaopublica.com/?pi=PT117143 

 

segunda-feira, 17 de julho de 2023

ENTRE ASPAS: "As Rotas Portuguesas dos Jardins Históricos"

Fala-se em Jardins Históricos, mas será que toda a gente conhece o significado desta designação? 
A população que reside em Braga saberá quais os jardins classificados como Jardins Históricos e quais os que integram a Rota do Baixo Minho? 

Para esclarecer este assunto pedimos a colaboração do Arquiteto Paisagista Manuel Sousa, elemento da Direção da Associação Portuguesa de Jardins Históricos. 

Se quer saber mais sobre Jardins Históricos pode consultar o site da Associação Portuguesa de Jardins Históricos. 
Um Jardim Histórico
 

sábado, 8 de julho de 2023

ENTRE ASPAS "Abertura ao público do Castro de Sabroso, em Guimarães"

Foram inauguradas, no passado dia 25 de Junho, as obras de reabilitação do Castro de Sabroso, povoado castrejo localizado em São Lourenço de Sande, Guimarães, muito perto da Falperra, implantado numa pequena elevação do mesmo maciço dos "sacromontes".



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Como vários outros castros conhecidos desde cedo, Sabroso é Monumento Nacional desde 1910, e passou tormentos ao longo de décadas: a escavação parcial, a insustentabilidade da manutenção, o saque, o abandono dos campos e a tomada pela vegetação infestante. Não esquecido, porque sempre ali esteve e sempre nele se pensou, passou ao lado dos planos, projetos e planeamento do território das últimas décadas.


Alguns quilómetros para Oeste, em Braga, na freguesia de Guisande e São Pedro de Oliveira, outro Sabroso está ainda num ponto de indefinição. O Castro do Monte Redondo espera melhores dias, debaixo de um espesso eucaliptal e oculto por um mais denso emaranhado de destruições, processos, acusações e braços cruzados.

Foi escavado por Albano Belino no final do século XIX e inícios do século XX, seguindo instruções do amigo vimaranense Martins Sarmento, que lhe recomendava, em 1899 "Se lhe fosse fácil remover os entulhos para fora da 3.ª muralha, poderia considerar isso como uma grande felicidade. (...) ficando a exploração limpa e bonita, porque deixa à vista todas as construções sem montões de terra e pedregulho de permeio, como me sucedeu na Citânia.". Falava-lhe a voz da experiência de muitos anos em Briteiros.

Parte das ruínas foi colocada à vista e dali saíram vários elementos pétreos, com alguns exemplares decorados, conhecendo-se pelo menos três linhas de muralha. Classificado como Monumento Nacional, mantém-se na neblina dos dias, vigiando hoje apenas o troço da A3, que passa no sopé, e a bela vista da Veiga de Penso.

 

Braga, Capital Portuguesa da Cultura 2025, vai lembrar-se deste Castro?

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O Castro do Monte Redondo, situado nas freguesias de Guisande e São Pedro de Oliveira, em Braga, está classificado como Monumento Nacional.

No que diz respeito a este castro, a ASPA entende que se justifica não só preservá-lo, como também realizar uma intervenção minimalista, mas que fará a diferença. Daí que a ASPA tenha atuado no sentido de facilitar um acordo entre os proprietários dos terrenos e o Município de Braga, de modo a viabilizar um projeto idêntico ao que permitiu, agora, a abertura ao público do Castro de Sabroso. O processo ficou em aberto mas, até agora, não teve continuidade.

A salvaguarda e valorização do Castro seria uma mais-valia para Braga. Para além da salvaguarda de património cultural e valorização de mais um sítio arqueológico é de considerar a vista o vale, até Braga, que também é importante em termos turísticos.


Mais informação sobre o Castro do Monte Redondo: