Não podemos deixar de nos congratular com o facto de, finalmente, ser publicado em Diário da República o Edital de classificação de interesse municipal para estes bens culturais.
A ASPA (Associação para a Defesa, Estudo e Divulgação do Património Cultural e Natural) propôs, à Direção Regional de Cultura Norte, a classificação, com a devida justificação de âmbito histórico e arquitetónico para Casas urbanas do séc. XVII e XVIII, nº 5 a 11 da Rua do Souto, incluindo o Salão Egípcio (fev 2005); Palacete Júlio de Lima, jardim e espaço envolvente (jul 2015); Edificado Moura Coutinho da rua de S. Vicente, Gabriel Pereira de Castro e Júlio de Lima (jul 2015), etc.
A associação pediu, também, junto da DRCN, a reabertura do processo de classificação de Mamoa de Lamas (jul 2018); a classificação, já proposta pela Junta de Freguesia de Lamas em janeiro de 1998, tinha caducado em 2011 "por não ter valor nacional e face ao projeto de valorização levado a cabo" (informação disponível na DGPC). A DRCN encaminhou para a CMB para eventual classificação como de interesse municipal.
Cumpre-nos relembrar que, em 2015, a DGPC considerou que o Edificado de Moura Coutinho (poente e nascente) “não reunia os valores patrimoniais inerentes a uma distinção como valor nacional”, pelo que encaminhou o processo para o município de Braga, “para ponderação de eventual classificação do conjunto como de interesse municipal”.
Entretanto, apesar de o executivo municipal ter aprovado a classificação deste conjunto como bem cultural de interesse municipal, o Edificado Moura Coutinho situado a nascente da Rua Júlio de Lima foi demolido no âmbito da construção de empreendimento nesse quarteirão!!
Quanto ao Palacete Júlio de Lima, Jardim e
Espaço envolvente, aguarda-se a publicação em Diário da República, como Imóvel
de Interesse Público, uma distinção de âmbito nacional.
Também foi apresentada proposta, à DRCN, para a classificação da Rua de S. Vicente, Casa do Avelar e Jardins e Igreja da Senhora-a-Branca. A DGPC considerou que “o valor histórico, urbanístico e arquitectónico da rua S. Vicente não suporta por si só uma classificação de âmbito nacional, para além de, conforme já foi referido, partes do arruamento já estarem salvaguardadas por servidões administrativas atualmente existentes”, pelo que enviou “o processo à C. Municipal de Braga para eventual classificação como conjunto de interesse concelhio“. Reforçamos esse pedido junto do município. A Casa do Avelar encontra-se em vias de classificação de âmbito nacional; aguardamos informação quanto à Igreja da Senhora-a-Branca.
A ASPA propôs, à Câmara Municipal de Braga, a classificação dos bens culturais que a DRCN encaminhou para eventual classificação de âmbito municipal, de modo a que fossem valorizados e salvaguardados a nível local.
Em julho de 2018, a ASPA propôs a classificação de âmbito municipal para os seguintes bens culturais:
- Fonte de S. Pedro de Maximinos
- Rua de S. Vicente (proposta já apresentada pela ASPA e reforçada pela DGPC)
- Avenida 31 de Janeiro
- Rua Abade da Loureira
- Rua da Boavista
- Rua de S. Geraldo e rua Monsenhor Airosa
- Rua Eça de Queirós
- Lado norte do Largo da Senhora a Branca, rua de S. Victor e de D. Pedro V
- Avenida da Liberdade (topo norte a partir do Theatro Circo); lado poente incluindo as casas da Previdência até à rua Conselheiro Lobato.
- Edificado de Moura Coutinho: na rua de S. Vicente/rua Gabriel Pereira de Castro; na avenida da Liberdade; na esquina da rua Eça de Queirós/rua Justino Cruz/Campo da Vinha (proposta já apresentada e reforçada pela DGPC)
- Palacete do Dr Domingos Afonso, de Ernest Korrodi (rua do Carvalhal)
- Castelo do Bom Jesus e
casino, de E. Korrodi;
- Estação de
telégrafos, coreto e casa das estampas do Bom Jesus, de Raul Lino (caso não
tenham sido incluídos na proposta de classificação apresentada à UNESCO)
- Quiosques antigos: situados na envolvente da Torre de Menagem
- Coretos: da Ponte de S. João (de E. Korrodi) e da Avenida Central
- Casa dos Ferrazes (junto à central de camionagem).
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