Bracara Augusta, capital da Gallaecia, foi uma grande
cidade (a que se somavam os arrabaldes) e mesmo que a sua área se tivesse
reduzido na Idade Média (e nos períodos históricos subsequentes), o facto é que
tanto sob o edificado urbano existente como em muitos terrenos ainda não
construídos, se conservam inúmeros vestígios arqueológicos. Quer da época
romana quer de períodos posteriores, incluindo o século XIX.
Nesse sentido todos os projectos no concelho devem
contemplar a possibilidade de serem descobertos vestígios mais ou menos
relevantes. Embora sendo verdade que a cidade de Braga dispõe de uma
Unidade de Arqueologia (UM), bem como de um Gabinete de Arqueologia da
CMB, e que o presidente e a vereação são sensíveis ao património da cidade, ou
assim o dizem, neste tempo da internet, das redes, da comunicação veloz, de
cidadãos atentos, novos métodos são obrigatórios.
Os projectos que incidam sobre áreas com possível interesse
arqueológico, devem ser divulgados desde o seu começo e em particular ao longo
dos trabalhos, facultando aos habitantes da cidade toda a informação já
disponível e a estratégia que se pretende seguir.
Em Lisboa até as empresas privadas de arqueologia
proporcionam imagens do modo como se desenvolvem as escavações, tanto através
de websites como no facebook, e abrem as portas a
visitantes interessados. Por exemplo, nos trabalhos em curso no Campo das Cebolas em Lisboa.
Não se compreende porque motivo o website da Câmara
Municipal de Braga não dá conhecimento prévio dos trabalhos calendarizados
e do avanço das escavações. Não se compreende porque razão não se instalam painéis
informativos junto dos locais onde estão a realizar-se escavações ou
acompanhamentos, bem como imagens do que está a ser exumado se for caso
disso.
Braga, que foi pioneira na Arqueologia Urbana, está a
retroceder no domínio da comunicação entre a Arqueologia e a cidade, apesar do
vertiginoso progresso das Novas Tecnologias de transmissão de notícias e
imagens, como o Twitter e o Instragam.
Acrescentamos que já era de
prever a descoberta de vestígios na área a Sul da Rotunda "Santos da
Cunha", seja qual for a sua cronologia. Basta consultar o Mapa
de 1594.
Reprodução parcial do mapa de Georg Braun,
datado de 1594.
No canto
sudoeste o mapa assinala o caminho para o Porto (Cale), eixo viário de origem
romana.
Havendo indícios de que a via XVI poderá passar nessa zona, teria todo o interesse que a população acompanhasse o desenrolar dos trabalhos.
Facilitar a observação das escavações (por hipótese através de imagens ou filmes divulgados no site da CMB), dar resposta às curiosidade da população e facultar informação sobre as fases dos processos arqueológicos em curso, seriam fortes contributos para a valorização de Bracara Augusta, tanto sob o ponto de vista educativo como de divulgação turística.
Faria a diferença em relação a cidades vizinhas.
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