Braga é uma cidade marcada pela intervenção de vários arquitectos que, ao longo dos últimos séculos, contribuíram para a imagem da cidade que conhecemos.
Algumas pessoas reconhecem nomes como André Soares, Carlos Amarante, Moura Coutinho ou Korrodi, por serem associados a património classificado e/ou em risco. Mas nem todos os arquitectos são conhecidos, principalmente os mais recentes, apesar de alguns terem deixado obras marcantes na cidade, cuja importância é normalmente de difícil reconhecimento por parte do cidadão comum.
De modo a evitar a perda de edificios emblemáticos, alguns dos quais da autoria de arquitectos nacionalmente reconhecidos, que representam tendências da arquitectura internacional e valores da cultura universal, torna-se essencial que a Câmara Municipal de Braga (em eventual colaboração com a Universidade do Minho, a Ordem dos Arquitetos e outras possíveis entidades) proceda à identificação sistemática desse património, elabore um levantamento de todos os edifícios, conjuntos ou obras mais significativos das épocas e dos autores e avance para o reconhecimento do seu interesse municipal, sob pena de Braga ver apagada da sua história os principais testemunhos da urbanidade e do cosmopolitismo a que legitimamente aspira.
Já tivemos oportunidade de alertar para a demolição de um edifício da autoria do Arquitecto Fernando Ramalhete.
Hoje, o Arquitecto Teotónio Santos lança nova reflexão, desta vez centrada no PÉ ALADO, uma obra a todos os níveis singular, que, não obstante constitua uma rara e qualificada referência do movimento pós-modernista em Portugal, a cidade que tem a sorte de a possuir se arrisca a não a merecer.
Diário do Minho - 3 outubro 2016 |
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