INTERVENÇÃO CÍVICA EM DEFESA DO PATRIMÓNIO

A ASPA criou este blogue em 2012, quando comemorou 35 anos de intervenção cívica.
Em janeiro de 2024 comemorou 47 anos de intervenção.
Numa cidade em que as intervenções livres dos cidadãos foram, durante anos, ignoradas, hostilizadas ou mesmo reprimidas, a ASPA, contra ventos e marés, sempre demonstrou, no terreno, que é verdadeiramente uma instituição de utilidade pública.
Numa época em que poucos perseguem utopias, não queremos descrer da presente e desistir do futuro, porque acreditamos que a cidade ideal, "sem muros nem ameias", ainda é possível.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

ENTRE ASPAS "DEFESA DO PATRIMÓNIO: do individual ao coletivo"


Descubra a mensagem através do acrónimo.

Clarabóias: estruturas em madeira e vidro colorido, que permitem iluminar, de forma natural, o vão de escadas em volta do qual as casas do séc. XIX se organizavam. Património arquitectónico a conservar e valorizar. Descubra o que resta na cidade.

Identificação: o cadastro de edifícios com valor patrimonial é indispensável à tomada de decisão do Gabinete do Centro Histórico.

Decisão: opção que deve considerar a defesa do bem comum e o interesse público e que implica os Poderes - central e municipal - a uma intervenção reguladora e decisiva, no sentido de que os interesses particulares e económicos desenfreados não colocam em risco o que é herança de todos.

Ação: fundamentada, assertiva e persistente, baseada em critérios técnicos e científicos fundamentados. Sempre!

Direito e dever de atuar: compete a todos nós!

Atenção: observe, identifique boas e más práticas, participe na defesa do bem comum, individualmente ou através de uma associação. Estar atento, individual e coletivamente, ao que se passa na polis, é uma exigência cidadã.

Não vergar aos interesses de promotores imobiliários e de interesses económicos para além da ética.

Investimento: a conservação e o restauro valoriza o edifício e o espaço público e é uma aposta rentável, ainda que o lucro fácil, imediato e desmesurado tenha de ser rejeitado e substituído por uma lógica de rentabilidade sustentável e valorizadora do legado histórico que se deve manter válido e funcional no futuro. Há boas práticas como exemplo.

Arte:  o património construído e imaterial não se esgota no adjetivo artístico, mas sem dúvida que esta dimensão ocupa um grande relevo quando se discute e promove a problemática patrimonial, porque é indiscutível que o legado artístico é intemporal e é um bem incontornável da mais profunda identidade cultural dos povos.

 

Educação: aprender, para reconhecer valor, proteger e conservar.

Monumentos: quando são bem preservados valorizam o espaço público e contribuem para a divulgação da cidade, constituindo uma visível marca identitária

 

Denunciar más práticas: sempre que necessário, para alertar decisores e munícipes.

Estórias: o património oral, transmitido de geração em geração, é uma vertente importante da cultura de um povo. Registe-o!

Floresta: não esquecer o potencial da área verde em redor de Braga, na adaptação às alterações climáticas, pois justifica um projeto comum que envolva proprietários florestais e município.

Empreendedorismo: está na moda, mas não pode restringir-se ao sector industrial, pois a cultura e o património concentram potencialidades de inovação e de valor acrescentado que são hoje por demais conhecidas. É preciso promover junto dos jovens e da população ativa, através de estímulos efetivos e simplificados do ponto de vista burocrático, a motivação para empreender na área cultural e patrimonial

Sinalética: um recurso indispensável numa cidade histórica que é visitada.

Antigo: o maior equívoco que se enraizou na mente das pessoas é associar antiguidade a inutilidade e a superação deste erro tão forte e , ao mesmo tempo, tão crasso, impõe-se como tarefa urgente e contínua a educadores e activistas culturais, por forma a tornar evidente que o antigo só está inutilizado se nós não o soubermos olhar em todas as suas facetas e soubermos confiar que nos pode surpreender ganhando novas utilidades.

 

Dona Chica: um Palácio do séc. XIX que tarda a ser conservado e valorizado.

Ofícios tradicionais: a conservação e restauro de edificado com valor patrimonial exige profissionais com formação em talha, ferragens, madeira, vidro, etc.  São uma oportunidade para o desenvolvimento sustentável da cidade.

 

Património cultural:  a biografia de um povo.

Animação: função criada para dar vida, no âmbito da cultura e outros setores, ao que parece inerte e sem uso. Aproximar o património da vida das pessoas no seu quotidiano é animar, dar alma sempre nova ao que vem das nossas raízes

Tibães: um Mosteiro que foi salvo, na década de 80 do século passado, pela ação persistente da ASPA.

Registo fotográfico e técnico: sempre que dá entrada um pedido de obra em edifício de épocas passadas.

Impossível: decidir sem dispor de informação sobre o interior do imóvel.

Música:  inserida pela UNESCO no conceito de património imaterial da Humanidade, em todos os seus géneros e proveniências geográficas e culturais.  É intemporal.

Óbvio: o que é esperado, mas nem sempre se verifica, ou seja, espera-se que todos os cidadãos de uma comunidade sintam a cultura e o património como bem de todos e para todos mas, infelizmente, esta perceção encontra resistência em muita gente, o que constitui uma perplexidade e um enigma

Negligência: não actuar quando está em risco o interesse público.

Invasoras: animais e plantas trazidos de outros continentes que se adaptaram demasiadamente bem ao solo e clima de Portugal, ocupando o lugar de espécies nativas e colocando em risco a sua sobrevivência.

Ómega: última palavra do alfabeto grego (sendo alfa a primeira) foi ganhando o sentido de realização final, que no caso do património, mais representa o retorno ao princípio do papel da Humanidade neste Mundo: viver em harmonia com o seu habitat, transformando-o sem o destruir e deixando marcas que são um fruto renovado de futuro

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