Em Braga, o debate centrado na forma como o município tem lidado com as árvores já não é recente.
A ASPA procurou promover a reflexão relativamente a esta problemática, junto do executivo municipal, do serviço autárquico com responsabilidades na matéria e de técnicos que tomam decisões no terreno, de modo a incentivar uma política ambiental, de âmbito local, que garanta um parque arbóreo que corresponda às exigências do presente e do futuro. E alertou a população, para que não houvesse dúvidas quanto às consequências de podas desnecessárias, errada ou inadequadas, e/ou do abate de árvores saudáveis, de modo a evitar a pressão junto do município no sentido da realização de podas ou abates que não se justificam.
Relembramos, neste final de 2020, o histórico desta luta em que a ASPA tem mantido um papel ativo e, por vezes, incómodo. Esperando que esta informação seja útil a quem, mais recentemente, se aliou a esta luta.
A intenção, por parte do município, de abater elevado número de exemplares, em espaço público da área urbana, foi divulgada no final de 2018. De imediato a ASPA atuou junto do vereador do Ambiente e do Presidente da CMB, no sentido de evitar a perda de árvores em bom estado fitossanitário, apelando à realização de um estudo atual, por entidade acreditada.
O estudo fitossanitário realizado pela UTAD avançou, em bom tempo, na sequência do nosso alerta.
Vejamos, então, a sequência de acontecimentos que evitaram, em 2019, o abate de um número significativo de exemplares que, segundo o estudo da UTAD, não se justificava.
- o município tencionava abater 123 árvores nas freguesias urbanas de S. Victor e S. Vicente;
- na sequência do estudo realizado pela UTAD (junho 2019), que incluiu 288 árvores indicadas polo município, foram sinalizadas 31 para abate, 94 para podas e 4 para tratamento fitossanitário; 8 árvores mortas para retirar.
- assim, das 123 árvores previstas para abate, só 31 (+8) deviam ser retiradas.
Perante o estudo compete ao município atuar no sentido da gestão do parque arbóreo.
Mas a ação cidadã compete aos munícipes...
A gestão do parque arbóreo é um assunto de grande importância ambiental, na medida em que tem consequências diretas a nível local e, como tal, espera-se (sempre se esperou) uma atenção especial por parte dos partidos políticos com representação na Assembleia Municipal.
Os alertas da ASPA, através dos entre aspas quinzenais são, muito frequentemente, um apelo à reflexão e à ação no sentido da defesa do interesse público: por parte do município, dos partidos políticos e dos cidadãos.
Louvamos a ação cidadã em defesa das árvores (finalmente), esperando que seja genuína, em defesa de um património que a todos pertence.
É importante não esquecer que, no presente e no futuro, face às alterações climáticas que se anunciam para as próximas décadas, o parque arbóreo é essencial à qualidade de vida em zona urbana e, também, à preservação da biodiversidade.
Chamamos à atenção, mais uma vez, para a importância da revisão do Título II do Código Regulamentar de Braga, relativo a Espaços Verdes, de modo a que:
- seja atualizado face aos desafios ambientais atuais: combate a espécies invasoras, alterações climáticas, etc.;
- estabeleça o quadro de transferência de atribuições e competências para as autarquias locais (Juntas de Freguesia/Uniões de Freguesia), em matéria de manutenção e gestão de espaços verdes (espécies adequadas, manutenção, etc.).
Relembramos alertas e tomadas de posição da ASPA em defesa do parque arbóreo situado em espaço público...
Outros alertas:
2019
- Braga: qual o estado de saúde do parque arbóreo (trabalho de campo da UTAD em julho de 2019) ...mais informação
2018
2017:
2016:
2015:
2014:
2013:
2012:
2011:
2004:
2001:
- Património arbóreo urbano - Quo Vadis?
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