Entre as várias entradas, ou saídas, de Braga
antiga, a melhor conservada
talvez seja a da Rua de S. Vicente.
A actual rua de S. Vicente integrava-se no trajecto da VIA NOVA (assim referida nos marcos da época romana), Geira ou Jeira, como também é designada.
Miliário 0 da VIA NOVA. Regista a distância entre Bracara e Asturica. Museu de D. Diogo de Sousa.
Reprodução do canto nordeste do Mapa de Braun.1594
Em agosto de 2017 a ASPA propôs à DGPC/DRCN que a Rua de S. Vicente fosse classificada, para garantir a salvaguarda, preservação e valorização da integridade da rua, da unidade morfológica e tipológica do edificado, dos edifícios centenários e testemunhos da arquitetura que caracterizam esta zona da cidade. Em setembro de 2017 recebemos, da DGPC, a informação "..., considerando que o valor histórico, urbanístico e arquitectónico da rua S. Vicente, não suporta por si só uma classificação de âmbito nacional, para além de, conforme já foi referido, partes do arruamento já estarem salvaguardadas por servidões administrativas atualmente existentes, propomos o arquivamento deste processo. Contudo, propõe-se o envio do processo à C. Municipal de Braga para eventual classificação como conjunto de interesse concelhio.".
Os fundamentos do despacho são discutíveis: acerca do valor nacional,
dito desse modo e sem argumentos específicos, é subjectivo; sobre as servidões
administrativas, apenas a da Igreja de São Vicente (que não dispõe de ZEP) tem
impacto, mas muito limitado.
Entretanto a ASPA insistiu junto da CMB para que classificasse a rua de s. Vicente como conjunto de interesse municipal. Mas a CMB não tomou essa iniciativa! E, devido à pressão imobiliária a que a rua está sujeita, e ao facto de na sua maior extensão não estar, na verdade, abrangida por servidões administrativas, tudo é possível acontecer nesta rua.
Como a rua de S. Vicente está, efetivamente, em risco, resta a Assembleia Municipal compreender a importância da classificação deste conjunto, e tomar a iniciativa de a classificar. Tanto a fisionomia do edificado como a riqueza do subsolo justificam medidas para a salvaguarda deste património inestimável.
Sobre a rua de S. Vicente:
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