INTERVENÇÃO CÍVICA EM DEFESA DO PATRIMÓNIO

A ASPA criou este blogue em 2012, quando comemorou 35 anos de intervenção cívica.
Em janeiro de 2024 comemorou 47 anos de intervenção.
Numa cidade em que as intervenções livres dos cidadãos foram, durante anos, ignoradas, hostilizadas ou mesmo reprimidas, a ASPA, contra ventos e marés, sempre demonstrou, no terreno, que é verdadeiramente uma instituição de utilidade pública.
Numa época em que poucos perseguem utopias, não queremos descrer da presente e desistir do futuro, porque acreditamos que a cidade ideal, "sem muros nem ameias", ainda é possível.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

ENTRE ASPAS: "A Rua de S. Vicente (traçado da VIA NOVA ou Jeira)

Entre as várias entradas, ou saídas, de Braga antiga, a melhor conservada talvez seja a da Rua de S. Vicente.

A actual rua de S. Vicente integrava-se no trajecto da VIA NOVA (assim referida nos marcos da época romana), Geira ou Jeira, como também é designada. 
                                                                   Ampliar
Miliário 0 da VIA NOVA. Regista a distância entre Bracara e Asturica. Museu de D. Diogo de Sousa.

Reprodução do canto nordeste do Mapa de Braun.1594

Em agosto de 2017 a ASPA propôs à DGPC/DRCN que a Rua de S. Vicente fosse classificada, para garantir a salvaguarda, preservação e valorização da integridade da rua, da unidade morfológica e tipológica do edificado, dos edifícios centenários e testemunhos da arquitetura que caracterizam esta zona da cidade. Em setembro de 2017 recebemos, da DGPC, a informação  "..., considerando que o valor histórico, urbanístico e arquitectónico da rua S. Vicente, não suporta por si só uma classificação de âmbito nacional, para além de, conforme já foi referido, partes do arruamento já estarem salvaguardadas por servidões administrativas atualmente existentes, propomos o arquivamento deste processo. Contudo, propõe-se o envio do processo à C. Municipal de Braga para eventual classificação como conjunto de interesse concelhio.".

Os fundamentos do despacho são discutíveis:  acerca do valor nacional, dito desse modo e sem argumentos específicos, é subjectivo; sobre as servidões administrativas, apenas a da Igreja de São Vicente (que não dispõe de ZEP) tem impacto, mas muito limitado. 


Entretanto a ASPA insistiu junto da CMB para que classificasse a rua de s. Vicente como conjunto de interesse municipal. Mas a CMB  não tomou essa iniciativa! E, devido à pressão imobiliária a que a rua está sujeita, e ao facto de na sua maior extensão não estar, na verdade, abrangida por servidões administrativas, tudo é possível acontecer nesta rua.
Como a rua de S. Vicente está, efetivamente, em risco, resta a Assembleia Municipal compreender a importância da classificação deste conjunto, e tomar a iniciativa de a classificar. Tanto a fisionomia do edificado como a riqueza do subsolo justificam medidas para a salvaguarda deste património inestimável.  
Sobre a rua de S. Vicente:

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