INTERVENÇÃO CÍVICA EM DEFESA DO PATRIMÓNIO

A ASPA criou este blogue em 2012, quando comemorou 35 anos de intervenção cívica.
Em janeiro de 2024 comemorou 47 anos de intervenção.
Numa cidade em que as intervenções livres dos cidadãos foram, durante anos, ignoradas, hostilizadas ou mesmo reprimidas, a ASPA, contra ventos e marés, sempre demonstrou, no terreno, que é verdadeiramente uma instituição de utilidade pública.
Numa época em que poucos perseguem utopias, não queremos descrer da presente e desistir do futuro, porque acreditamos que a cidade ideal, "sem muros nem ameias", ainda é possível.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

ENTRE ASPAS " MUDAR BRAGA COM CONFIANÇA"


A Saboaria e Perfumaria Confiança constitui um interessante «case study» no que diz respeito à (des)valorização do património, oferecendo, desde já, três temas de reflexão: 
1. O efeito que os cargos de poder têm na vontade e determinação de quem durante anos garantiu defender o património; 
2. A hierarquia de prioridades assumida pela edilidade bracarense e o lugar modestíssimo que nela ocupam as políticas estruturais de âmbito cultural; 
3. A dificuldade de abrir à cidadania os debates que colidam com os interesses dos «mercados».

Perante o impasse, talvez valha a pena considerar o problema sob outro prisma, esquecendo, por momentos, a questão do património. Consideremos apenas dois dados objetivos, suscetíveis de gerar amplo consenso: 
1. Estamos perante um edifício emblemático e marcante na memória da cidade, adquirido e pago pelo município, o que significa que a sua alienação deve ser vista como uma decisão política e não económica; 
2. O referido edifício e os terrenos que o integram encontram-se numa zona da cidade que, estando desvalorizada do ponto de vista urbanístico, se situa a meio caminho entre a Universidade e o centro histórico. Perante este cenário, importa chamar à discussão aquilo que Braga é hoje, tal como as entorses que sofre e as dinâmicas que a poderiam transformar.

Guimarães, Santo Tirso, Matosinhos, Espinho e S. João da Madeira, são exemplos de cidades que souberam valorizar antigas fábricas, transformando-as em espaços de uso público, no geral equipamentos culturais de grande importância para o desenvolvimento local. Braga vai desperdiçar esta oportunidade?

Para saber mais:
Fábrica Santo Thirso
Casa da Arquitetura. Matosinhos.
Museu Municipal de Espinho
Casa da Memória. Guimarães.
Museu da Chapelaria. S. João da Madeira

Sobre a Confiança e envolvente:
FÁBRICA CONFIANÇA
AS DUAS PRIMEIRAS MILHAS DA VIA XVII NO TERRITÓRIO DE BRAGA
O FUTURO DA CONFIANÇA: apelo à CMB e aos partidos políticos 


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