10 de Junho é um dia muito especial para Portugal: Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesa; também o Dia da Língua Portuguesa, dos Cidadãos e das Forças Armadas.
Foi um dia, uma semana, muito especial para Braga, uma vez que a cidade foi palco das comemorações do dia 10 de Junho e captou a atenção de cidadãos nacionais e estrangeiros.
Esta semana foi, também, a escolhida para a demolição do edifício contíguo à Capela do Recolhimento das Convertidas, no âmbito da construção do hotel de grande envergadura que vai crescer, nesse quarteirão, no espaço que foi o quintal e jardim da casa do séc. XVIII que irá integrar o projeto.
O hotel foi aprovado pela Câmara de Braga, com o parecer favorável da Direção Regional de Cultura Norte. É contíguo ao Recolhimento das Convertidas, que é Monumento de Interesse Público.
A parede lateral da Capela barroca ficou exposta ao tempo, com possibilidade de infiltrações em dias de chuva. Esperamos que tenha sido realizado escoramento prévio e tenham colocado equipamentos de registo que permitam monitorizar o impacto da obra no monumento e, desse modo, actuar em tempo útil caso seja necessário.
Compete à ASPA, como associação de defesa do património, actuar sempre que há risco de eventual perda de património, de acordo com o definido na Lei nº 107/2001. Solicitar a intervenção dos organismo a quem compete a proteção deste património é uma das possibilidades. Assim se procedeu.
Recordamos que o Recolhimento de Santa Maria Madalena ou das Convertidas, a sua Capela e Cerca, é um memorial do barroco conventual, único em Portugal. É também sabido que:
- apresenta fragilidades que o tornam extremamente vulnerável;
- exige cuidados especiais, como escoramento e colocação de equipamento do registo, antes de qualquer intervenção junto da Capela e durante a construção do hotel que vai crescer no interior do quarteirão e nos dois edifícios contíguos.
A ASPA nunca questionou a construção do hotel no edifício do séc. XVIII, pois trata-se de uma oportunidade para a reabilitação desta zona da Avenida Central.
Mas colocou diversas questões, desde 2019, pelas seguintes razões:
- o facto de ter sido aprovada a construção de edifícios novos no interior do quarteirão, com cinco pisos e estacionamento subterrâneo;
- a proximidade, ao monumento, dos novos edifícios do hotel (por trás e junto ao edifício do séc. XVIII);
- o facto de, tudo indica, a construção implicar a alteração da frente de rua, até hoje protegida pela ZEP;
- a intenção de utilização do pátio superior da Cerca e do terreno contíguo que integra património do monumento, para "possível ligação", pela rua de S. Gonçalo, à futura zona ajardinada que envolverá o hotel.
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