INTERVENÇÃO CÍVICA EM DEFESA DO PATRIMÓNIO

A ASPA criou este blogue em 2012, quando comemorou 35 anos de intervenção cívica.
Em janeiro de 2024 comemorou 47 anos de intervenção.
Numa cidade em que as intervenções livres dos cidadãos foram, durante anos, ignoradas, hostilizadas ou mesmo reprimidas, a ASPA, contra ventos e marés, sempre demonstrou, no terreno, que é verdadeiramente uma instituição de utilidade pública.
Numa época em que poucos perseguem utopias, não queremos descrer da presente e desistir do futuro, porque acreditamos que a cidade ideal, "sem muros nem ameias", ainda é possível.

segunda-feira, 16 de maio de 2022

ENTRE ASPAS "PATRIMÓNIO FLORESTAL E SACROMONTES DE BRAGA E GUIMARÃES: ameaças e esperanças "


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Agora, que os dias de Maio começam a aquecer, vêm-nos à memória os pavorosos incêndios de 15 de outubro de 2017, que enegreceram a serra da Falperra, ameaçaram casas e oficinas, instalaram o pânico na cidade e colocaram os bracarenses perante a evidência dos desequilíbrios ambientais e das consequências da desregulação, do descuido e do abandono das nossas florestas.

Na verdade, o abandono das encostas queimadas da Falperra permitiu que, nos últimos anos, crescesse de forma absolutamente caótica a mata de eucaliptos, de acácias e outras plantas invasoras. Em cada tronco queimado e/ou cortado de um eucalipto rebentaram entre 10 a 15 varas desta planta, levando à densificação da mata, tornando-a impenetrável. O material combustível, naturalmente criado ou resultante do abandono da incineração anterior, constitui um risco de grande intensidade num ano seco como aquele que estamos a viver. Com exceção da plantação esporádica de alguns carvalhos e outras espécies autóctones, em algumas manchas rarefeitas, nada foi feito apesar dos avisos sucessivos, das alterações legislativas entretanto promovidas e daquilo que acreditámos ser um alerta na consciência coletiva. Nada foi feito!

Um sinal positivo, de que a realidade pode ser revertida, é a da criação, pelos municípios de Braga e de Guimarães, do Programa Intermunicipal de Salvaguarda da Paisagem dos Sacro Montes e, mais recentemente, da "Sacromontes de Braga e Guimarães, Associação de Municípios".  Tem em vista a proteção de bens patrimoniais e a proteção da área florestal; a defesa contra incêndios; a valorização, reabilitação, restauro e promoção do património construído e natural; a valorização da paisagem e a valorização deste território como conjunto de elevado valor patrimonial e turístico.

Espera-se que o Programa não fique no rol das oportunidades perdidas e das palavras generosas que se agitam como se fossem esconjuros de catástrofes futuras. desta vez, tem de ser mesmo a valer!

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