INTERVENÇÃO CÍVICA EM DEFESA DO PATRIMÓNIO

A ASPA criou este blogue em 2012, quando comemorou 35 anos de intervenção cívica.
Em janeiro de 2024 comemorou 47 anos de intervenção.
Numa cidade em que as intervenções livres dos cidadãos foram, durante anos, ignoradas, hostilizadas ou mesmo reprimidas, a ASPA, contra ventos e marés, sempre demonstrou, no terreno, que é verdadeiramente uma instituição de utilidade pública.
Numa época em que poucos perseguem utopias, não queremos descrer da presente e desistir do futuro, porque acreditamos que a cidade ideal, "sem muros nem ameias", ainda é possível.

terça-feira, 26 de abril de 2022

ENTRE ASPAS: A DESTRUIÇÃO DO "NOSSO CAFÉ" CONTINUA

Em 2012, a ASPA lamentou o arquivamento da classificação (com efeito de desclassificação) do conjunto edificado da Avenida da Liberdade, e relembrou o parecer do IPPAR sobre o núcleo de arquitetura civil segundo projeto do Arquiteto Moura Coutinho, entre eles o popular "Nosso Café".
Perdida a distinção e proteção de âmbito nacional, que antes merecera, restou à Autarquia a responsabilidade de promoção da defesa daquele património.


Em 2013, Braga assistiu, paralisada por tão incrédula, à definitiva destruição do excecional edifício do Nosso Café, com o "patrocínio do executivo municipal à época. Para memória futura, manteve-se apenas a fachada que, apesar de muito adulterada, era sinal de uma Braga de outros tempos, ambiciosa, que aspirava ao cosmopolitismo e se projetava para a esfera da urbanidade. 

Quando pensávamos que já não ocorreriam mais atentados grosseiros a um Património tão especial como o das obras de Moura Coutinho em geral e deste conjunto em particular, em março de 2022 somos surpreendidos com obras de ampliação do edifício do Nosso Café e alteração da própria fachada, com prejuízo da estética original, do seu desenho, coerência, proporções e imagem que ainda lhe iam conservando uma aparente dignidade.

Estranhamos que a Câmara Municipal não tenha reconhecido o valor patrimonial deste conjunto edificado, não o classificando como Conjunto de Interesse Municipal (CIM), conforme recomendado pela DGPC. Nem em 2012, na sequência da proposta do Ministério da Cultura, nem, por incrível que nos possa parecer, ao longo da última década. Ao não o fazer, a Câmara Municipal de Braga reservou para si própria o estatuto de ÚNICA entidade com competências legalmente atribuídas para a proteção do edificado. Assim, os edifícios de Moura Coutinho foram entregues à gestão urbanística "corrente" da Câmara.
Desconhecemos o projeto aprovado pelo Município, pois nada é feito para sair do (absurdo e pobre) segredo a que nos acostumaram.

Resta à ASPA lamentar os factos e manifestar a mais profunda indignação.


Informação relevante para a compreensão deste processo:


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