O que se passa ali? Esta é a pergunta que muita gente coloca.
Por que razão demoliram a casa do séc. XVIII? Por que razão estão a desfazer blocos de granito até grande profundidade?
O que vão construir? Quem autorizou?
Nesta fase de um processo iniciado em 2019, relativamente ao qual a ASPA se pronunciou em devido tempo junto do Município de Braga, da DRCN e da DGPC, preocupa-nos, em especial:
1. Que a escavação tenha avançado até demasiado próximo do Monumento. A trepidação e vibração terão impacto nas estruturas deste monumento do séc. XVIII? Há a garantia de a obra não "descalçar" o monumento?
2. A destruição integral do edifício do séc. XVIII, em aparente incumprimento do projeto aprovado. Importa relembrar que, depois de demolidas, jamais as estruturas pré-existentes irão ser recuperadas na sua genuinidade.
3. Ocupação excessiva, avulsa, não criteriosa e comprometedora de uma solução de requalificação futura do quarteirão.
4. Desqualificação do conjunto arquitectónico e da frente para a Avenida Central.
- a obra tem em vista a construção do Hotel Plaza Central, projetado por Ferreira de Almeida Arquitetos;
- os requerentes do Pedido de Informação Prévia (PIP) são: António Salvador e Manuel Proença;
- o hotel foi aprovado pelo Executivo Municipal de Braga em 2019, com voto contra do vereador do Urbanismo e Património (Miguel Bandeira) e do vereador da CDU (Carlos Almeida);
- contou com o parecer favorável da DRCN, apesar de ser contíguo a um monumento barroco - o Recolhimento das Convertidas e Capela - e ocupar Zona Especial de Proteção desse monumento;
- o hotel foi aprovado para 110 quartos, 5 pisos e estacionamento subterrâneo, com entrada junto à Capela barroca;
- a área de cedência ao município é um jardim, ao fundo, no interior do quarteirão, sem acessibilidade pelo futuro hotel; o projeto refere "possível ligação à casa das Convertidas", pela Cerca do Recolhimento que, na verdade, é parte integrante do monumento de interesse público, propriedade do Estado.
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